Indústria e varejo disputam a importância do trade marketing
Em ano de Olimpíadas, por que não usar algumas analogias esportivas? Afinal, o trade marketing é uma verdadeira “bola dividida” entre indústria e varejo. O conceito é simples: é a briga por espaços nos canais de venda e o posicionamento de produtos, e, como em qualquer bom jogo, todo mundo quer o melhor lugar na quadra.
A indústria tem se esforçado para conquistar esses espaços, seja nos pontos naturais, nos pontos extras ou mesmo tentando uma jogada ousada de cruzar categorias — como se massas e queijo ralado fossem a combinação mais revolucionária do mundo. Esse esforço é, sem dúvida, muito nobre, e fez com que o trade marketing crescesse tanto que quase engoliu o velho marketing tradicional. Afinal, quem precisa de campanhas emocionantes e intangíveis quando se pode medir cada centímetro de prateleira? Mas, eis que chega a reviravolta dos últimos anos. O “gigante” varejo finalmente acordou e percebeu que talvez não fosse tão legal assim deixar a indústria reorganizar toda a loja. Imagina só, tentar gerir categorias e dominar espaços como se fossem donos do pedaço! Era óbvio que, mais cedo ou mais tarde, o varejo iria se dar conta de que é ele quem dita as regras do jogo.
Então, aqui vai um convite simpático ao varejo: que tal lembrar que a indústria pode ser mais que um fornecedor, e sim uma parceira estratégica. Essa mesma indústria que sempre veio com mil ideias e soluções brilhantes, só precisa encontrar seu lugar nesse novo quebra-cabeça onde o varejo é quem decide.
Lista de tarefas:
Organizar espaços para as grandes marcas, que não param de pedir por mais destaque.
Dar um cantinho para as marcas novatas, porque todos precisam começar de algum lugar.
Deixar um espacinho para lançamentos e novidades, mesmo que seja só para dar uma animada no ambiente.
E quem sabe, assim, aqueles materiais de ponto de venda — as adoráveis testeiras, woblers, preçários e stoppers — que todos adoram odiar, possam ter uma sobrevida. Porque, vamos ser sinceros, eles são caros, muitas vezes sem graça, mas, oh, tão necessários.